O transporte de produtos nas smart cities

Não faz tanto tempo assim — talvez menos de uma década —, um amigo carioca visitou São Paulo e comentou com entusiasmo sobre os letreiros que, nas paradas de ônibus, informam com precisão o tempo de espera para os próximos veículos de cada linha. O Rio de Janeiro, à época, ainda não contava com corredores do BRT e com as tecnologias para monitoramento do trânsito e informação ao usuário. E tudo isso já existia desde a década 1970 em Curitiba. A capital paranaense foi destacada internacionalmente quando implantou o Bus Rapid Transit — o sistema brasileiro inclusive inspirou o de várias cidades no mundo.

É bom recordar esses fatos porque estamos falando de algo que é irreversível — o uso da tecnologia para melhorar a vida. O BRT que hoje conhecemos tão bem é como uma veia no organismo de uma smart city. Quase sempre uma tecnologia induz ao desenvolvimento de outras. E as cidades inteligentes são a combinação e a integração de tecnologias.

Imagem de um pontos de parada de trem
Crédito da imagem: Sawye Bengtson

Smart cities

Quando falamos em smart cities nos referimos a áreas urbanas interconectadas, com vários sensores e outros dispositivos que coletam dados, e sistemas que combinam e analisam esses dados para subsidiar soluções urbanas — das mais diversas.

Outro dia li sobre bueiros inteligentes: sensores avisam quando são atingidos 70% da capacidade e, então, é providenciada a limpeza, de forma a evitar transbordamento com a ocorrência de chuvas. Isso reduz em mais de 50% os custos operacionais. Assim como essa, uma cidade inteligente reúne diversas outras aplicações de tecnologias, desde as mais simples às mais complexas.

De modo geral, as tecnologias partem de:

Conexão 5G

A conectividade é a base para as cidades inteligentes e o 5G hoje é o que, além de conectar, garante velocidade na transmissão de dados.

Internet das coisas

Tudo o que usamos deve ser capaz de captar e transmitir informações.

Cloud e edge computing

Com tanta informação produzida, é importante ter uma infraestrutura de armazenamento e processamento.

Analytics

Para a informação ser útil, precisamos dos sistemas que fazem cruzamentos de dados, análises, diagnósticos.

Inteligência artificial e robótica

Depois da análise, vamos ter também automatizada a tomada de decisão e a capacidade de gerar ações e respostas.

Blockchain

É o que garante a segurança no compartilhamento e armazenamento dos dados.

As soluções, por sua vez, atendem desde questões econômicas até as de saúde; passam pela preservação ambiental, proteção social, garantia de direitos básicos, promoção cultural. Nesses tempos de pandemia, tivemos, por exemplo, o mapeamento georreferenciado para o monitoramento da Covid-19.

Mobilidade urbana

Um dos principais focos para o desenvolvimento das smart cities tem sido a mobilidade. Isso foi apontado no relatório Mobility Innovations for Smarter Cities divulgado pela Lux Research. O estudo se propõe a explorar as tecnologias mais relevantes com probabilidade de impactar o futuro da mobilidade urbana e seus efeitos sobre as pessoas, o comércio e a infraestrutura.

Autor do relatório, o pesquisador Chad Goldberg explica que “empresas e municípios estão forçados a explorar tecnologias inovadoras e econômicas que gerenciam melhor o transporte de pessoas e de mercadorias, melhorando a segurança, reduzindo o congestionamento e as emissões dos veículos”.

Imagem da escada rolante de metrô
Crédito da imagem: Fernanda Vidoti.

O relatório destaca como três pilares da inovação em mobilidade urbana:

  • mover pessoas por meio de transporte público;
  • automatizar a entrega de mercadorias;
  • e criar a infraestrutura certa com base em tecnologias que permitem soluções digitais.

Smart lockers nas smart cities

Com relação ao segundo pilar, temos inovações já em franca expansão e uma delas, sem dúvida, são os e-Boxes — também conhecidos como smart lockers ou armários inteligentes. Pautados pelo conceito de contactless, otimizam deslocamentos, favorecem o trânsito, reduzem emissões. Integram-se a tecnologias de rastreamento e de comunicação digital, assim como a sistemas de pagamento eletrônico. Encaixam-se, portanto, perfeitamente no panorama de cidades conectadas, com menor fluxo de veículos e menor trânsito, menos poluídas e mais organizadas. São novas veias pulsantes no organismo das smart cities.

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Na próxima semana farei mais um review com depoimento e resenha sobre O transporte de produtos nas smart cities. Espero ter ajudado a esclarecer o que é, como usar, se funciona e se vale a pena mesmo. Se você tiver alguma dúvida ou quiser adicionar algum comentário deixe abaixo.

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