Temos experimentado um crescimento gigantesco do comércio eletrônico, acelerado em função da pandemia da Covid-19. Segundo a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), atingiu 68% de crescimento em 2020 — chegou a R$ 126,3 bilhões com 11% de participação de mercado! E quem vem aproveitando e muito esse bom momento são os marketplaces.
Durante a pandemia, os marketplaces exerceram um papel fundamental para os sellers (em especial àquelas pequenas empresas que ainda não vendiam pela internet). Isso ocasionou uma enxurrada de novos vendedores nestes canais online. Tal modalidade já ocupa 78% de participação do comércio eletrônico B2C (Business-to-Consumer), segundo o Ebit|Nielsen.
Recebi a pesquisa “Relatório E-commerce no Brasil – Abril/2021” da Conversion. Analisando os dados, não tive como não ficar ainda mais impressionado com a força dos marketplaces. Afinal, eles continuam nesse intenso crescimento, sem perder o fôlego. Sem contar que algumas reflexões são importantes.
Veja a tabela a seguir e acompanhe a continuação do nosso artigo com uma análise dos dados:
1 – Mercado Livre aumentando seu reinado
Todos acompanhamos os diversos investimentos que o Mercado Livre fez nos últimos anos, em especial na logística que é um ponto muito forte deles. O Meli apresentou um crescimento de 23% no mês de março de 2021 comparado a 2020, atingindo 279 milhões de visitas. Crescimento forte, mas sabemos que esse gigante quer e pode muito mais. Só para ter uma ideia, pesquisando aqui na SimilarWeb, o Mercado Livre teve 359 milhões de visitas no mês da Black Friday em 2020.
2 – Americanas não quer deixar o Mercado Livre descolar demais
A distância do primeiro colocado para o segundo faz tempo que está em torno de o dobro. No entanto, a Americanas – B2W não quer deixar aumentar ainda mais. Isso porque ela apresentou um crescimento de 38% de março de 2020 para 2021, totalizando 136 milhões de acessos. Continua sendo um excelente canal para os lojistas investirem suas vendas.
3 – Amazon tornando-se gigante também no Brasil
Esse para mim é um dos principais destaques. Muitos sellers se queixam de não performarem tão bem suas vendas na Amazon como em outros marketplaces. Em 2019, o ComEcomm — Comitê de Líderes de E-commerce — levou um grupo de executivos e empreendedores do comércio eletrônico para uma missão de conteúdo, troca de experiência e networking nesse grande marketplace. Na ocasião, fizemos questionamentos para o time da Amazon sobre essa percepção de poucas vendas para os sellers e o que estariam fazendo para ajudar a aumentar essas vendas.
Um dos responsáveis na Amazon disse que haviam, sim, iniciativas em aquisição de tráfego — como Google Shopping, Ads e outros. Porém, que a grande investida da Amazon era o serviço Amazon Prime. Sim, aquele que oferece frete grátis em milhares de produtos para seus assinantes. Outro também seria o aplicativo Prime Vídeo, com filmes e séries, Amazon Music com músicas e podcasts, eBooks, jogos e ofertas exclusivas — tudo isso por apenas R$ 9,90/mês.
Seguindo a argumentação, a equipe da Amazon falou que a mesma vinha investindo muito em tornar o serviço mais conhecido, assim como os aplicativos que são mais fortes (Prime Vídeo e Amazon Music). Isso de fato poderia ser observado em campanhas de marketing maciças on e off line (ex: metrô, TV, etc). E uma conclusão que tivemos baseada na filosofia da empresa era que a Amazon possui um plano muito claro. Ela inicia devagar, avança gradativamente, mas com muita consistência. E percebemos que fatalmente chegaria entre os principais marketplaces do país.
Resultado
Bom, vamos ver o resultado disso? Amazon ocupando a 3ª posição com mais de 93 milhões de acessos, ultrapassando grandes varejistas consolidados, como Magalu e Casas Bahia. Isso representa 52% de crescimento de março de 2020 para 2021. Fiquei curioso para lembrar quanto era o tráfego da Amazon em 2019, antes da pandemia. Pasme: os 33,5 milhões de visitas à página praticamente triplicaram de tamanho em 2 anos. Esses dados também foram obtidos através da SimilarWeb. Acompanhe o artigo que vou te dizer quanto tinha o Magalu na época (estava na frente da Amazon).
4 – Casas Bahia recuperando seu espaço
A Via Varejo – Casas Bahia recuperou espaço no protagonismo entre os marketplaces e atingiu 87 milhões de visitantes em março/2021. Trata-se de um crescimento de 113% comparado a março/2020. Vale a pena prestar atenção e potencializar suas vendas nesse canal.
5 – Magazine Luiza – Magalu
Orgulho de ser brasileiro e do interior paulista (cidade de Franca). Afinal, temos nosso representante Magalu ocupando a 5ª posição com forte crescimento de 62% e mais de 84 milhões de visitantes em março de 2021. É muito importante esse crescimento e o volume total de visitas. Porém, apenas chamarei a atenção para o que falei no tópico 3 — que o Magalu estava na frente da Amazon em março de 2019 (Magalu com 43,6 milhões versus Amazon com 33,5 milhões). Hoje, no entanto, temos Magalu com 84 milhões e Amazon com 93 milhões na 3ª posição.
6 – Olha os gringos aí gente! Shopee e AliExpress
Termos gringos vendendo para consumidores no país, o conhecido cross-border, o que não é nenhuma novidade. O grande destaque é o AliExpress nessa modalidade, com 41 milhões de visitas. Porém, há pouco tempo tivemos a aterrisagem da Shopee no Brasil. Ela revela taxas de comissões atrativas (bem abaixo dos concorrentes), boas condições de fretes (até frete grátis), muita mídia, entre outros. A Shopee começou com cross-border no Brasil em outubro de 2019. Já em julho de 2020 permitiu-se ter vendedores locais no país.
Em março desse ano, a Shopee teve 1.954% de crescimento no tráfego. Ou seja, totalizou 39 milhões de visitantes, ultrapassando o grande varejista Extra.com — que ficou com 27 milhões.
Em 2019 o aplicativo Shopee foi o nº 1 no mundo entre os apps de comércio eletrônico em termos de visitas, usuários ativos mensais e downloads. Ficou em 7º lugar entre todos os aplicativos, atrás de Netflix, WhatsApp, YouTube, Samsung, Google e Lidl. Pelo visto a Shopee veio para ficar.
Conclusão
É fundamental ter uma participação nos marketplaces. Afinal, como eu mesmo digo, diversifique seus canais de venda e não concentre todos os ovos num único cesto. Entretanto, não fique dependente de apenas um ou outro canal. Distribua bem o peso e não esqueça de fortalecer sua própria loja virtual. Lembre-se: uma coisa é construir em terreno próprio e outra é construir em terreno alugado.
O post O crescimento dos marketplaces em 2021 apareceu primeiro em E-Commerce Brasil.
Na próxima semana farei mais um review com depoimento e resenha sobre O crescimento dos marketplaces em 2021. Espero ter ajudado a esclarecer o que é, como usar, se funciona e se vale a pena mesmo. Se você tiver alguma dúvida ou quiser adicionar algum comentário deixe abaixo.
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