A revolução digital começa pela integração e tomada de decisões pelos dados

Atualmente, empresas e negócios produzem e processam uma quantidade cada vez maior de dados de sistemas internos e externos, de clientes ou de colaboradores. Entretanto, lidar com esse volume crescente de informações não estruturadas e altamente disponíveis está cada vez mais complexo, mesmo com tanta tecnologia disponível.

Não há dúvidas de que os dados podem ser utilizados para impactar positivamente um negócio e auxiliar em processos de tomada de decisão. O real desafio é como utilizá-los para responder perguntas complexas. Nesse sentido, Existe um longo caminho até que uma organização seja de fato data-driven. Ou seja, que use sistematicamente os dados no processo de tomada de decisões. Resumindo: quando a organização passa a pensar e atuar preferencialmente com base em números e indicadores e não em opiniões.

Maturidade dos dados

Existem diversos modelos e frameworks para se calcular o nível de maturidade de dados. Com isso determina, entre outras coisas, a capacidade que uma organização possui de transformar dados em oportunidades de negócio. Um desses modelos, o da Pirâmide de DIKW, consiste na afirmação de que os dados podem percorrer um caminho de maturidade composto por quatro etapas até gerarem sabedoria.

Quando uma companhia consegue transformar um conjunto de sinais digitais em sabedoria, ela já não se aproveita mais da tecnologia para responder somente perguntas de “quando”, “quem” e “onde”. Ela passa a trazer respostas de perguntas mais complexas, como “por que tomar tal decisão?”. Ao atingir esse estágio, o uso de dados já faz parte do racional humano e cultural da organização. Ele já está enraizado e pode ajudar a organização a entender cenários mais complexos — e ter uma visão melhor do futuro, não apenas da compreensão sobre oque já aconteceu.

Compreensão dos dados no e-commerce

Por isso, um bom nível de maturidade de dados ajuda muito na compreensão do negócio, do mercado e de outros fatores que compõem este contexto. Imagine uma situação onde um e-commerce apresenta uma queda significativa no volume de vendas de um mês para o outro, e sem um motivo óbvio aparente. Nesse exemplo, ao utilizar dados, os profissionais responsáveis por desvendar o mistério poderiam ter em mãos, em questão de minutos, respostas para perguntas como:

  • Quais categorias de produtos foram mais impactadas?
  • Considerando os principais indicadores de nossos sistemas, como eles se comparam com os meses anteriores?
  • Como se comportaram os principais indicadores quebrados por região de atuação do negócio?

Coleta correta dos dados

Ter à disposição uma boa base de dados integrados e estruturados pode ser essencial para conseguir enxergar o negócio de uma forma mais ampla. Porém, não se deve partir do pressuposto de que “quanto mais dados, melhor”. Integrar grandes volumes de dados, principalmente de fontes e sistemas muito diversos, pode ser uma tarefa complexa e cara. É importante saber antes o que se espera desse tipo de esforço e quais perguntas e dores do negócio pretende-se atacar. Assim como dados podem trazer informações e conhecimento, coletá-los de forma exagerada e sem controle pode apenas poluir a base e gerar ruído. Ter um bom nível de maturidade de dados também inclui ter a sabedoria de focar na coleta mínima do que é mais importante e mais valioso.

Assim como na construção de qualquer sistema, deve-se primeiramente existir clareza em seu propósito. Qual o impacto esperado no negócio com o investimento na construção deste tipo de tecnologia? Em quanto tempo virá esse retorno? Com uma visão mais clara do que se espera deste tipo de iniciativa, fica mais fácil compreender quais fontes de dados devem ser integradas — e que podem realmente ajudar na obtenção das respostas desejadas. Cada Byte coletado e processado traz consigo um custo, e isso jamais deve ser ignorado.

Por onde começar a coleta de dados

Mas, como dar os primeiros passos? Sistemas de Integração e Inteligência de Dados podem ser construídos de forma a serem expansíveis. Neles, onde novas fontes de dados podem ser adicionadas em uma segunda versão, bem como novos processamentos e possibilidades de consulta. Assim como mostra o Manifesto Ágil, softwares podem ser construídos de maneira incremental, começando por versões mais enxutas que geram valor e atendem às expectativas iniciais.

Quais perguntas precisam ser respondidas agora e quais dados podem realmente ajudar? Sabemos o quão fácil é vislumbrar um oceano de possibilidades e aumentar excessivamente os itens presentes no MVP (em inglês Minimum Viable Product, ou, em português, Produto Mínimo Viável). Não tem nada de errado em se ter uma primeira versão que realize apenas a consolidação de algumas planilhas de departamentos distintos em um banco de dados unificado.

Ter uma base estruturada com dados integrados pode trazer muito conhecimento para o negócio e ser realmente um diferencial incrível. Mas simplesmente ter essa tecnologia à disposição não é o que faz a diferença. É necessário ter uma visão clara de como extrair informação, a fim de se obter conhecimento e sabedoria para o negócio. É importante que o empreendedor entenda que o grau de Maturidade de Dados de um negócio não é diretamente proporcional à quantidade de dados coletados — mas sim ao volume e complexidade das informações extraídas e utilizadas.

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Na próxima semana farei mais um review com depoimento e resenha sobre A revolução digital começa pela integração e tomada de decisões pelos dados. Espero ter ajudado a esclarecer o que é, como usar, se funciona e se vale a pena mesmo. Se você tiver alguma dúvida ou quiser adicionar algum comentário deixe abaixo.

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