Em terra de fulfillment, quem tem estoque é rei

O controle de estoque é um dos pontos fundamentais para uma empresa de varejo. E, a partir do estoque, podemos tirar informações como fluxo de caixa, capital de giro, entre outras questões que estão diretamente ligadas ao sucesso da empresa.

Mas, nos dias atuais, a participação do estoque ficou ainda mais importante.

Neste artigo, conheça pontos importantes no gerenciamento de estoque, tanto o local quanto o estoque fulfillment.

Isso porque ficou cada vez mais popular, e por que não necessário, o uso dos serviços de  fulfillment, especialmente aqueles oferecidos pelos marketplaces.

Um dos fatores que tornaram o uso do fulfillment mais popular foi justamente o oferecimento desse serviço pelos marketplaces, que tornou o processo mais fácil e mais acessível, mesmo aos pequenos lojistas.

Além da facilidade, trabalhar com fulfillment nos marketplaces resulta em mais destaque nos anúncios – por isso o serviço de fulfillment é tão procurado pelos lojistas.

Para a visão do marketplace, um anúncio que possui o seu estoque no fulfillment é muito mais confiável do que o anúncio que entrega seus produtos a partir de um estoque próprio. Na visão do marketplace, por já possuir o produto em seu poder, ou seja o produto já está fisicamente em seu e seu estoque através do serviço de fulfillment, é mais estimulante expor, e com mais destaque, os anúncios dessse formato.

Obviamente, percebendo isso, o vendedor que busca otimizar suas vendas precisa participar das vendas nos marketplaces usando o serviço de fulfillment.

Mas é aí que o vendedor, mesmo que pequeno, começa a lidar com problemas e desafios que, até pouco tempo, eram exclusivos de grandes corporações. E para lidar com isso, sem a estrutura e a experiência dos grandes, é necessária muita dedicação e controle no gerenciamento do estoque.

Como citamos no início deste artigo, o controle de estoque é fundamental para a saúde da empresa e, agora, além do estoque próprio, o vendedor tem que gerenciar o estoque fulfillment.

O que vamos falar no decorrer deste artigo é sobre pontos importantes no gerenciamento de estoque, agora não mais o estoque exclusivamente local, mas o gerenciamento do estoque fulfillment.

Qual será então o fluxo que envolve desde o pedido de mercadoria ao fornecedor, passando pela sua entrega no estoque local e agora com o envio ao estoque do fulfillment?

Entendendo o fluxo completo desde o fornecedor até o comprador, via estoque fulfillment

Quando olhamos toda a cadeia de gerenciamento de estoque, temos basicamente dois tipos. O primeiro, o estoque local, é aquele que compramos dos nossos fornecedores e pelo qual reabastecemos, geralmente em local próprio, o estoque da empresa. O segundo é o estoque terceirizado, que aqui é o serviço de fulfillment oferecido pelos marketplaces. Chamaremos esse de estoque fulfillment.

Alguns pontos muito importantes diferenciam, e bastante, esses dois estoques, e é sobre esses pontos que agora vamos falar. O objetivo é que o vendedor consiga desenvolver um gerenciamento ideal e, assim, o melhor fluxo possível entre os estoques.

Lead time e cobertura de estoque

Lead time é também conhecido como o tempo de reposição de estoque. Para seu estoque local, é o tempo que seu fornecedor leva para entregar o pedido que está disponível no seu estoque contando a partir do dia em que você faz o pedido.

É claro que existem vários formatos de operação, mas o mais comum é que o tempo de reposição de estoque local seja maior do que para o estoque fulfillment.

Isso geralmente acontece porque a reposição de estoque local depende da disponibilidade do fornecedor, que muitas vezes pode não ter o produto disponível, ou mesmo o produto ter que ser preparado, muitas vezes até fabricado. Só aí ele é enviado para o estoque local e, então, fica  disponível para venda.

Já no estoque fulfillment, o tempo de reposição geralmente é muito mais breve. Isso porque geralmente o produto já está pronto e disponível em seu estoque local. Basta apenas organizá-lo de acordo com a quantidade do envio e colocá-lo à disposição do fulfillment.

Dessa forma, a cobertura de estoque necessário para o estoque local é maior do que a cobertura de estoque fulfillment. Isso também combina com a própria regra aplicada pela maioria dos marketplaces. Eles acabam cobrando taxas extras de armazenagem caso existam produtos há muito tempo armazenados no fulfillment, ou mesmo produtos com cobertura muito grande de estoque. Isso acontece porque o espaço nesses estoques fulfillment é escasso, e é interessante para esses marketplaces manterem um alto giro de estoque dentro do fulfillment.

Como é necessário um giro grande dentro do estoque fulfillment, o vendedor não pode deixar que o tempo alto de reposição de seu fornecedor comprometa o seu reabastecimento de estoque por lá. Dessa forma, o vendedor acaba tendo reposições mais volumosas em seu estoque local, usando-o como um estoque regulador, mantendo-o com uma cobertura maior e, através de reposições menores e contínuas, o estoque fulfillment é mantido bem abastecido.

Podemos então dizer que o estoque local funciona como uma represa, onde se mantém um volume maior de cobertura de estoque e, aos poucos, através de reposições constantes, o estoque fulfillment é reabastecido, mantendo níveis adequados de cobertura.

Obviamente dentro de margem saudáveis, seu estoque local consegue suportar uma cobertura maior de estoque do que o fulfillment. Sabendo gerenciar bem esse ciclo, você consegue ter qualidade, tanto em giro de estoque como evitando rupturas.

Ruptura de estoque

Como o objetivo é manter sempre um maior giro possível de estoque dentro do fulfillment, aumenta-se o risco de ter ruptura de estoque.

Não há bem um grande segredo para corrigir esse problema, pois a própria reposição de estoque, quando bem gerenciada, acaba com esse tipo de situação.

O que não podemos deixar acontecer é uma má gestão do fluxo completo e, assim, o produto sofrer ruptura por não ter unidades suficientes no estoque local. Teoricamente, gerenciar o estoque local é mais difícil, pois o tempo de reposição (lead time) geralmente é maior. Na prática, o que comumente podemos notar, são muitas empresas sofrendo de ruptura de estoque no fulfillment, pois não possuem um sistema de gestão eficiente que faça boas reposições tanto no estoque fulfillment como também no estoque local. O processo de reposição de estoque exige controle e, dependendo do volume, fica inviável fazer manualmente ou usando somente planilhas.

Curva ABC e giro de estoque

Como já dito anteriormente, o giro de estoque é um dos pontos fundamentais para buscar um estoque saudável. Quanto maior o giro de estoque, mais saudável ele é.

Com isso, nos colocamos em contato com o conceito de curva ABC. Nele, os produtos da curva A possuem maior giro do que os produtos da curva C.

Sendo assim, quanto mais produtos pertencentes às curvas B e C temos no estoque fulfillment, maior o risco de a cobertura de estoque ficar muito alta, por conta de produtos que não giram. Dessa forma, é maior o risco de sofrermos com taxas extras de armazenagem, por exemplo.

Uma estratégia interessante para manter os níveis de venda, e ao mesmo tempo manter os níveis de qualidade de estoque no fulfillment, é trabalhar previamente com os produtos em estoque local, ou seja, vendendo nos marketplaces, mas entregando a partir do seu estoque local.

Com vendas a partir do estoque local, conseguimos estruturar a curva ABC do estoque, e assim dar prioridade aos envios dos produtos da curva A, de repente até aos melhores produtos da curva B.

Como teoricamente os produtos da curva A já representam aproximadamente 80% das vendas, você terá o fulfillment bem abastecido de produtos que vendem, facilitando inclusive a gestão desse estoque. Pois, como dito, é muito mais fácil gerenciar o estoque um produto da curva A do que gerenciar o estoque de um produto da curva C.

Considerações finais

É interessante observar o fluxo que acontece desde do pedido de reposição ao seu fornecedor até a disponibilidade do produto para o seu cliente final no fulfillment do marketplace.

Esse fluxo passa por duas fases muito importantes, que são: abastecimento do estoque local e abastecimento do estoque fulfillment.

Cada um desses estoques possui uma estratégia de gestão distinta.

Seu estoque local, por ter geralmente o lead time maior, existe maior cobertura de estoque. Também aceita produtos com menor giro, o que é perfeito para testar e fomentar a inclusão de novos produtos em sua coleção.

Já o estoque fulfillment, por exigir um giro de estoque maior, se torna mais restritivo, sendo uma ótima estratégia para manter produtos apenas da curva A e os melhores da curva B – os produtos que possuem um giro mínimo de estoque e que garantem a qualidade do seu estoque do fulfillment.

Entendendo e gerenciando todo o fluxo de reposição de estoque, desde o fornecedor até a disponibilidade no fulfillment, você é capaz de fornecer as melhores possibilidades para o sucesso da sua empresa, garantindo giro de estoque, menos necessidade de capital de giro, e combatendo um dos maiores vilões, que é a ruptura de estoque.

Lembre-se de que a gestão de estoque é um dos fatores fundamentais no sucesso da sua empresa e que o estoque é um dos maiores patrimônios de uma empresa de varejo.

Gerencie seu estoque de forma estratégica e com inteligência e tenha uma base pavimentada para o sucesso.

Um grande abraço e boas vendas.

Leia também: Tenha uma gestão eficiente de estoque fulfillment

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Na próxima semana farei mais um review com depoimento e resenha sobre Em terra de fulfillment, quem tem estoque é rei. Espero ter ajudado a esclarecer o que é, como usar, se funciona e se vale a pena mesmo. Se você tiver alguma dúvida ou quiser adicionar algum comentário deixe abaixo.

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