Pix: de novidade a meio de pagamento consolidado – o que ainda precisamos discutir?

Já é um fato consumado: o Pix caiu nas graças de lojistas e consumidores. De acordo com o estudo da consultoria Gmattos, de janeiro de 2021 a janeiro de 2022, a aceitação do Pix cresceu 281% no e-commerce. Agora, 64,4% das lojas virtuais já ofertam o método de pagamento instantâneo.

No gosto do consumidor, ele ocupa o terceiro lugar (50,8%) na preferência nas compras digitais – atrás do cartão de crédito (98,3%) e do boleto (74,6%).

Ao longo do último ano, discutimos projeções, impactos, benefícios e cuidados necessários no que tange à utilização do Pix por clientes e empreendedores.

Mas, a partir de agora, o debate deve ser em torno das novas funcionalidades e possibilidades que a tecnologia desenvolvida pelo Banco Central pode oferecer, e como usufruir disso da melhor maneira possível, com segurança e rentabilidade.

Segurança com o Pix

Se ainda existe alguma resistência na utilização do Pix, é em relação à segurança. Nesse sentido, o próprio Banco Central tem criado medidas para prevenir os consumidores finais de golpes.

Por exemplo, desde outubro do ano passado, entre 20h e 6h, há um limite de valor de transferências feitas via Pix, com teto de R$ 1.000, mas com possibilidade de o próprio cliente reajustar o valor no seu aplicativo de internet banking de acordo com as suas necessidades.

A medida visa a prevenir sequestros-relâmpagos, que normalmente acontecem nessa janela de horário, com o objetivo de conseguir uma rápida transferência via pagamento instantâneo.

Além disso, em novembro, também começou a funcionar o Mecanismo Especial de Devolução do Pix, ferramenta também disponibilizada pelo Banco Central. Com ela, tanto o titular da conta da qual a quantia foi retirada quanto a sua instituição bancária podem solicitar a devolução do valor transferido, que deve ser restituído pela instituição recebedora da quantia.

Essa é uma medida importante contra fraudes e falhas operacionais do sistema e que garante o estorno do valor em um curto espaço de tempo.

Antes disso, a quantia só poderia ser devolvida pela própria pessoa que recebeu o Pix. Então, em casos de golpes e fraudes, uma investigação precisava ser feita pelas instituições envolvidas no caso, o que levava a maiores burocracias e prazos.

Com essas duas novas medidas, a utilização do Pix torna-se muito mais segura e eficiente para lojistas, consumidores e instituições financeiras.

Pix Saque e Pix Troco

Oferecendo mais uma importante comodidade para consumidores, já estão em funcionamento as tecnologias do Pix Saque e do Pix Troco.

No Pix Saque, os clientes conseguem sacar em qualquer estabelecimento físico uma quantia máxima de R$ 500 durante o dia e de R$ 100 durante a noite (20h às 6h). Sem depender de agências bancárias.

O Pix Troco segue a mesma lógica do sistema anterior mas, nesse caso, a operação financeira é associada à aquisição de um produto ou serviço. Por exemplo, se o cliente faz uma compra no valor de R$ 50 e faz um Pix no valor de R$ 80 para o lojista, ele pode receber, em espécie, os R$ 30 restantes, garantindo assim o dinheiro na mão sem a necessidade de comparecer a um caixa eletrônico. Os limites de transação são os mesmos do Pix Saque.

E qual a vantagem para o lojista? Essa novidade representa uma nova fonte de renda. A cada operação realizada, o comércio recebe de R$ 0,25 a R$ 0,95. Unitariamente não é muita coisa, mas, pensando em volume, pode ser um incremento e tanto.

Pix Débito Automático

Proporcionando mais comodidade para o consumidor, o Pix Débito Automático, que deve ser implementado ainda este ano, vai suprir a necessidade de pagamentos recorrentes.

Facilitando a gestão financeira do dia a dia dos brasileiros, será possível deixar programado o pagamento de contas como energia ou internet. Essa função do Pix ainda contribui para redução de inadimplência. Afinal, elimina-se a chance de a pessoa esquecer de pagar determinada conta.

No entanto, esse tipo de ferramenta já é disponibilizada em todos os aplicativos de instituições financeiras, não sendo considerada uma mudança tão relevante para o mercado.

Pix Garantido

Se o débito automático não é uma grande promessa do método de pagamento instantâneo, o Pix Garantido, por outro lado, é aguardado ansiosamente e tem previsão de lançamento no segundo semestre deste ano.

Com ele, o cliente poderá realizar uma compra, pagando parte dela na hora, com possibilidade de parcelar o restante do valor ao longo dos meses.

Para os empreendedores, a expectativa é de que o custo do Pix Garantido seja menor do que as tarifas atuais de vendas em cartão de crédito. Portanto, trará uma perspectiva de redução de custos.

Além disso, é uma tecnologia que democratiza o acesso dos brasileiros a operações de parcelamento, atualmente restrita aos que têm cartão de crédito.

Pix Cobrança

O Pix Cobrança faz a vez, de fato, do boleto bancário. Com ele, é possível criar um QR code dinâmico para fazer uma cobrança com uma data de vencimento futura.

O produto já tem algumas funcionalidades disponíveis para o mercado, mas é esperado que até o último trimestre do ano novidades sejam implementadas.

Já estão disponíveis para o Pix Cobrança os pagamentos imediatos e a inclusão de juros, multas, acréscimos e abatimentos para datas futuras. No final do ano, o produto será acrescido de padronização de arquivos de remessa e retorno, com o objetivo de otimizar a gestão de cobranças em lote.

Outras novidades aguardadas

Além de todas as funcionalidades já mencionadas, o Banco Central já adiantou que está estudando a viabilidade de disponibilizar o uso do Pix mesmo que não haja conexão com a Internet, importante movimento levando em consideração a extensão territorial do Brasil e o acesso à Internet remota ainda pouco efetivo.

Há também o Pix para transações internacionais, barateando consideravelmente o custo desse tipo de transação e diminuindo o tempo de compensação.

Benefícios para o e-commerce

Direta ou indiretamente, cada uma das novidades planejadas pelo Banco Central contribui para uma rotina mais fluida entre lojistas e clientes, ao passo que diminui atritos nos processos de compra e democratiza o acesso da população a funcionalidades antes restritas a certos grupos econômicos, incentivando o consumo no país com melhores condições para quem vende e para quem compra.

Além de fomentar o consumo, o Pix e suas funcionalidades ainda estimulam os players do sistema financeiro a reinventarem suas ferramentas e a lançarem novos produtos. Isso tende a aumentar a concorrência e a diminuir custos, facilitando a vida de empreendedores e consumidores.

Leia também: Pix é versátil e se adapta a diversos setores do varejo

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Na próxima semana farei mais um review com depoimento e resenha sobre Pix: de novidade a meio de pagamento consolidado – o que ainda precisamos discutir?. Espero ter ajudado a esclarecer o que é, como usar, se funciona e se vale a pena mesmo. Se você tiver alguma dúvida ou quiser adicionar algum comentário deixe abaixo.

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