Entrega: essencial para o e-commerce, essencial para o cidadão

O Brasil vive a expectativa de privatizar a sua Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) e isso tem suscitado profunda reflexão e amplos debates em torno da importância do atendimento postal. Aprovado na Câmara dos Deputados, o projeto de lei que permite a privatização (PL 591/2021) segue em análise na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado (CAE). Um dos principais pontos de atenção é a universalização dos serviços: a Constituição brasileira (de 1988) atribui à União a competência em oferecer o serviço postal de maneira universal.

As primeiras atividades postais no Brasil datam de 1663, quando foi criado o Correio-Mor, ainda na colônia portuguesa. A ECT foi instituída em 1969 e hoje é considerada a maior operadora logística nacional. Está presente em 5.556 municípios brasileiros (99,75% do total), o que lhe confere papel especial na integração territorial e na soberania nacional.

São os Correios que distribuem os livros didáticos para as escolas públicas; que transportam as urnas nas eleições; que entregam as provas de concursos como o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). Em diversas cidades, a ECT atua como um correspondente bancário, onde idosos recebem suas aposentadorias, por exemplo. E, na pandemia, foram os Correios que garantiram a entrega das vacinas nos locais mais recônditos.

Esse caráter de essencialidade do serviço deverá ser mantido por qualquer empresa que venha a assumir a função dos Correios. Entre grandes varejistas e players internacionais de logística, já há cinco interessados: DLH, UPS, FedEx, Amazon e a brasileira Magalu. A missão a que se propõem é grandiosa: hoje, diariamente, são entregues pelos Correios mais de 21,7 milhões de objetos postais, sendo 18,5 milhões de cartas, 1,3 milhão de encomendas e 1,9 milhão de outros objetos.

Enfrentar desafio requer parceria

A internet reduziu em muito o transporte de documentos (cada vez mais emitidos de forma digital). Por outro lado, com o e-commerce, ampliou de forma acentuadíssima a entrega de encomendas. E esse é, sem dúvida, o fator que tem pressionado a privatização de Correios no mundo todo.

Mas, mesmo com grandes players se apropriando da capilaridade de estatais como a brasileira ECT, as entregas ainda representam desafios, como:

  • baixa densidade populacional em algumas áreas;
  • alto custo da última milha;
  • falta de segurança;
  • e também a falta de endereço postal para boa parte dos cidadãos.

No Brasil, o governo não é obrigado a criar logradouros para residências sem título de posse. E os Correios não são obrigados a entregar correspondências ou encomendas em residências sem endereço legal. Isso quer dizer que milhares de pessoas que moram em assentamentos informais — cada vez mais numerosos nos grandes centros urbanos — estão desassistidas de um serviço que é considerado essencial.

Para vencer as adversidades, vale conjugar esforços e inteligências. Na logística, essa é uma máxima. As dificuldades da entrega em domicílio têm sido superadas, por exemplo, com o uso de smart lockers ou armários inteligentes. Ou seja, uma solução simples, que permite a muitas pessoas exercerem o direito cidadão de comprar pelo comércio digital e, claro, receber.

Assim como essa, outras soluções podem surgir das parcerias entre diferentes atores. Os tempos são de mudanças cada vez mais rápidas e é preciso estar atento às falhas, aos gaps, aos ajustes, às oportunidades.

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Na próxima semana farei mais um review com depoimento e resenha sobre Entrega: essencial para o e-commerce, essencial para o cidadão. Espero ter ajudado a esclarecer o que é, como usar, se funciona e se vale a pena mesmo. Se você tiver alguma dúvida ou quiser adicionar algum comentário deixe abaixo.

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