Quem vai comprar os Correios e como marketplaces estão se tornando empresas de logística

Não é de hoje que a privatização dos Correios está em pauta. Porém, tudo indica que a maior empresa de logística do Brasil se aproxima cada vez mais de ser vendida. De acordo com o ministro da Economia, Paulo Guedes, isso deve ocorrer até dezembro de 2021. Enquanto a transação não se concretiza, paira uma dúvida entre os profissionais que trabalham com e-commerce: quem vai comprar os Correios?

Considerando que a estatal atende 100% dos municípios brasileiros e domina mais de 40% do mercado de entregas nacional, é evidente que as maiores empresas do comércio eletrônico estão de olho nessa grande oportunidade de negócio — afinal, a logística é um dos principais pilares para o varejo online. Tanto é que marketplaces como Amazon e Magazine Luiza já sinalizaram interesse, segundo informou o Ministério das Comunicações.

Por que marketplaces comprariam os Correios?

Porque eles são verdadeiras potências! Uma pesquisa da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm) mostra que, entre março e julho de 2020, foram criadas 150.000 novas lojas online, sendo que 80% dos varejistas optaram por vender em grandes plataformas como Mercado Livre, Submarino e Magazine Luiza. Além disso, vale lembrar que o último relatório Webshoppers, divulgado pela Ebit|Nielsen, revelou que os marketplaces representaram 78% do faturamento do e-commerce no primeiro semestre deste ano.

Alguma dúvida de que as gigantes do setor realmente têm interesse e potencial para serem as novas administradoras dos Correios?

Enquanto a venda dos Correios não acontece…

Se existe uma coisa que não combina com e-commerce é “ficar parado”. Enquanto a venda da estatal não acontece, é possível perceber que os marketplaces já estão investindo em alternativas de logística para reduzir custos, ganhar agilidade e diminuir a dependência dos Correios. Veja como estão agindo os maiores players:

Amazon

Com valor de mercado superior a US$ 1 trilhão, a empresa de Jeff Bezos não se tornou uma potência por acaso. Nascida de modo aparentemente despretensioso, voltada para o nicho de livros, atualmente é conhecida como “a loja de tudo” — e grande parte desse sucesso se deve à excelência na logística.

A Amazon investe pesado em inovações para serviços de entrega: frete marítimo, parceria com empresas de táxi, bicicletas e até drones são utilizados para garantir que os clientes tenham a melhor experiência possível. No Brasil, já são oito centros de distribuição localizados em regiões estratégicas. Com os mais recentes, em Betim (MG), Santa Maria (DF) e Nova Santa Rita (RS), clientes Prime de 500 cidades poderão receber seus pedidos em até dois dias úteis.

Quem trabalha com e-commerce sabe que esse prazo é excelente. Afinal, os consumidores valorizam muito as entregas feitas em prazos curtos — especialmente quando não precisam pagar a mais por isso.

Mercado Livre

Claro que o maior marketplace da América Latina não ficaria de braços cruzados. A empresa já vinha anunciando novos centros de distribuição (fulfillment e cross-docking) para agilizar suas entregas no Brasil. Segundo o Mercado Livre, atualmente o marketplace é capaz de entregar encomendas em até dois dias úteis para clientes de 1.800 municípios brasileiros.

Mas a notícia que mais empolgou sellers e clientes do varejo online recentemente é que — seguindo os passos da Amazon nos Estados Unidos — o Mercado Livre está com uma frota de quatro aeronaves para fortalecer a logística do Mercado Envios, seu programa próprio de entregas.

Os aviões da MELI Air, como foi batizada, vão transportar diariamente produtos armazenados em dois Centros de Distribuição instalados em São Paulo e na Bahia. Irá reduzir o tempo de entregas em estados como Amazonas, Ceará, Espírito Santo, Pernambuco, Rio Grande do Sul e outros.

Somadas todas as ações de expansão, somente no Brasil o Mercado Livre deverá investir cerca de R$ 4 bilhões até o final de 2020. Forte candidata à compra dos Correios!

Magazine Luiza

Uma das empresas que mais cresce no país, a Magazine Luiza é um ótimo case de atuação omnichannel. Veja bem: nos nove primeiros meses de 2020, registrou receita de R$ 28,6 bilhões (56,3% maior do que no mesmo período do ano passado), superando 2019 inteiro (R$ 27,3 bilhões). As vendas pelo e-commerce foram o grande trampolim para os negócios, pois representaram 66,3% da receita total.

A companhia conta com 23 centros de distribuição espalhados pelo país e 1.200 lojas que funcionam como mini centros. Ou seja, varejo físico e online se apoiam para manter a operação vendendo mais e entregando em menos tempo.

Vale lembrar que a Magazine Luiza adquiriu a Netshoes no ano passado e utiliza sua malha logística para realizar entregas — inclusive com algumas opções de frete grátis para quem retirar pedidos na loja física. A estratégia parece estar dando certo. Afinal, o e-commerce da Netshoes é o segundo colocado no ranking de satisfação realizado pela SoluCX. A Magazine Luiza vem logo em seguida, na quarta posição.

Quem vai bater o martelo?

Difícil apostar em quem vai ganhar essa corrida. Os marketplaces são os mais cotados, mas o mercado especula que empresas de logística como FedEX e DHL também deverão fazer propostas. Independentemente de quem for o novo responsável pela operação dos Correios, sabemos que a logística no Brasil está evoluindo de modo muito positivo — gerando empregos, agilizando processos, criando novas soluções e otimizando as experiências de compras.

Qual o seu palpite?

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Na próxima semana farei mais um review com depoimento e resenha sobre Quem vai comprar os Correios e como marketplaces estão se tornando empresas de logística. Espero ter ajudado a esclarecer o que é, como usar, se funciona e se vale a pena mesmo. Se você tiver alguma dúvida ou quiser adicionar algum comentário deixe abaixo.

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