A pandemia e a ressignificação do e-commerce alimentício

A crise que começou em março de 2020 e persiste até o momento mudou, e muito, a relação dos consumidores com diversas áreas do consumo. Quando falo em hábitos de consumo, é muito ingênuo acreditar que estes voltarão a ser os mesmos após a pandemia. Por isso, também não é surpresa que a relação dos consumidores com o setor alimentício tenha se transformado.

Com restaurantes fechados e mais tempo dentro de casa, as refeições caseiras ganharam outro significado, além da valorização de experiências. E-commerces e marketplaces que trabalham com o setor de comida e bebida sentiram as diferença nesses ramos e precisaram se adaptar para poder atender a nova realidade do consumidor.

Cozinha e pandemia combinam?

Não precisa ser um expert em Internet para saber das piadas de antes e depois da pandemia — especialmente em relação ao ganho de peso. Afinal, o tempo maior em casa é associado a maior tempo dentro da cozinha.

De acordo com o Google, o período de Natal é aquele em que as pessoas mais fazem buscas por receitas. Porém, nos últimos cem dias, com o cenário da pandemia em seu auge, o buscador atingiu seu pico, superando demais datas comemorativas.

Buscas por “receitas” superaram os números de serviços de streaming, provando que a cozinha se tornou uma espécie de refúgio. Com maior tempo em mãos e, o mais importante, com menos opções de restaurantes, muitos brasileiros dedicaram-se à arte da cozinha para aproveitar e fazer aquela receita que sempre viam nas redes sociais.

Dados do Google mostram que ouve aumento na busca por termos relacionados a alimentos para imunidade, consumo de vitaminas naturais, receitas de pão e os famosos como fazer.

E o onde o e-commerce entra nessa história?

Logo no início da pandemia muitos consumidores tentaram realizar as compras de mercado via Internet. Algo que não estava nos costumes do brasileiro, muito menos nos planos principais dos principais mercados da capital. Por experiência própria, foi um desastre.

Pensando em compras de mercado, com exceção dos alimentos não perecíveis, é natural que não gostaríamos de esperar dias ou semanas para receber as compras, assim como esperamos normalmente com demais mercadorias. Porém, pouco preparados para a realidade repentina, muitos mercados superlotados com os pedidos apresentavam dias e até semanas para entregar os produtos em casa. Com certeza um ponto que será revisto no futuro.

Já para as demais lojas, entender essa nova relação do consumidor com a cozinha possibilitou oferecer e ofertas produtos específicos. Observei aumento das buscas por liquidificadores, panelas, processadores de alimentos e demais outros utensílios.

Pessoas que antes preferiam sair para comer buscaram por aparatos para melhorar o estilo de vida dentro de casa e ressignificar a relação com a cozinha e os alimentos.

Adaptando-se ao “novo normal”

Mesmo que haja a existência do delivery, há quem diga que não é a mesma coisa. Os ingredientes e o modo de preparo podem ser os mesmos, porém a experiência não.

Com a reabertura parcial dos comércios físicos, incluindo bares e restaurantes, é preciso entender que houve mudança no modo de comportamento e consumo dos brasileiros. A experiência física nunca foi tão importante quanto agora. A ida a um restaurante torna-se uma experiência sensorial. Da mesma forma que as embalagens para e-commerce são uma experiência física.

Daí, mais uma vez, uma nova ressignificação das experiências físicas, tanto nas próprias vendas online, quanto nas vendas físicas.

O consumo mudou

Com a nova realidade e com muitos vivendo ainda dentro de casa, o varejista online deve se adaptar às necessidades dos consumidores que não são mais os mesmos.

  • A experiência para dentro de casa: como trazer a experiência de um restaurante ou bar para dentro de casa? O diferencial é encontrar meios de levar estes pequenos prazeres às casas dos consumidores durante e depois da pandemia.
  • O conforto: novas experiências com alimentos dentro de casa estão em alta neste período, especialmente em questões emocionais. Encoraje o consumidor, provoque-o com conteúdos e experiências. Ofereça receitas práticas, kits, ferramentas e aparatos que criem a sensação de necessidade.
  • A jornada mudou: o “novo normal” de que tantos falamos. Você e sua loja precisam estar preparados para as novas tendências. Por isso não deixe de atualizar o e-commerce, torná-lo atraente e também organizar suas redes sociais para gerar conteúdo relevante.

Assim como quando o home-office começou e a necessidade de adaptar a casa à nova realidade incentivou lojas de móveis e decoração a também adaptarem seus e-commerces e métodos de abordagem, o mesmo vale para o setor de alimentos e utensílios de cozinha.

Acredito que a tendência para a Black Friday deste ano sejam consumíveis de desejo, itens de menor valor agregado. Porém, não impede que você atinja a parte da população que, assim como eu, procura itens que deixam a vida dentro de casa mais confortáveis.

Entender os novos hábitos de consumo e as novas necessidades do consumidor é o diferencial que seu e-commerce precisa para poder alavancar algumas vendas a mais nos meses que estão por vir.

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Na próxima semana farei mais um review com depoimento e resenha sobre A pandemia e a ressignificação do e-commerce alimentício. Espero ter ajudado a esclarecer o que é, como usar, se funciona e se vale a pena mesmo. Se você tiver alguma dúvida ou quiser adicionar algum comentário deixe abaixo.

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